Exercícios sobre Níveis de Linguagem.
1) Os amigos
F.V.S., 17 anos, M.J.S., 18 anos, e J.S., 20 anos, moradores de Bom Jesus,
cidade paraibana na divisa com o Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de
milho e feijão. “Não ganhamos salário, é ‘de meia’. Metade da produção fica
para o dono da terra e metade para a gente.” (Folha de São
Paulo, 1° jun. 2002)
Os jovens conversam com o repórter sobre sua
relação de trabalho.
Utilizam a expressão “é de meia” e, logo em seguida, explicam o que isso
significa. Ao dar a explicação, eles
a) alteram o sentido da expressão.
b) consideram que o repórter talvez não conheça
aquele modo de falar.
c) dificultam a comunicação com o repórter.
d) desrespeitam a formação profissional do
repórter.
2) I. A língua falada é mais solta,
livre, espontânea e emotiva, pois reflete contato humano direto.
II. A língua escrita é mais
disciplinada, obedece às normas gramaticais impostas pelo padrão culto, dela
resultando um texto mais bem elaborado.
III. A linguagem culta, eleita pela
comunidade como a de maior prestígio, reflete um índice de cultura a que todos
pretendem chegar.
IV. A linguagem popular é usada no
cotidiano, não obedece rigidamente às normas gramaticais.
Sobre as afirmações acima:
A)apenas I e II estão corretas.
B)apenas II e III estão corretas.
C)apenas II, III e IV estão corretas.
D)apenas III e IV estão corretas.
E)todas estão corretas.
Aí, galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você
pode imaginar um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? E, no entanto,
por que não?
– Aí, campeão. Uma palavrinha pra
galera.
– Minha saudação aos aficionados do
clube aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
– Como é?
– Aí, galera.
– Quais são as instruções do técnico?
– Nosso treinador vaticinou que, com
um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de
preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos
um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade,
valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
– Ahn?
– É pra dividir no meio e ir pra cima
pra pegá eles sem calça.
– Certo. Você quer dizer mais alguma
coisa?
– Posso dirigir uma mensagem de
caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa
à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
– Pode.
– Uma saudação para a minha genitora.
– Como é?
– Alô, mamãe!
– Estou vendo que você é um, um...
– Um jogador que confunde o
entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser
algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
– Estereoquê?
– Um chato?
– Isso.
(VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Brasiliense, 12/maio/1998.)
3) O texto mostra uma situação em que
a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre
língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma
inadequação da linguagem usada ao contexto:
a) “O carro bateu e capotô, mas num
deu pra vê direito.” (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro
que vai passando.)
b) “E aí, ô meu! Como vai essa
força?” (Um jovem que fala para um amigo.)
c) “Só um instante, por favor. Eu
gostaria de fazer uma observação.” (Alguém comenta em um reunião de trabalho.)
d) “Venho manifestar meu interesse em
candidatar-me ao cargo de secretária executiva desta conceituada empresa.”
(Alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.)
e) “Porque se a gente não resolve as
coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo,
muito pouca comida nos lares brasileiros.” (Um professor universitário em um
congresso internacional.)
4) Em todas as alternativas há marcas de oralidade, isto é, expressões típicas
da linguagem falada, exceto:
A)Se você ficar olhando pra ela feito bobo, a
manga cai em cima de sua cabeça.
B)“Peraí, mãe. Acho que tô a ponto de desmaiar.”
C)As variações da língua de ordem geográfica são
chamadas de regionalismos.
D)“Dizque um chega, logo dão terra pra ele
cultivar... É lavoura de café...”
E)“Engraçadinho de uma figa! Como você se
chama?”
5) “É
bom quando a gente volta da escola, não tem nada de bom passando na TV normal,
aí a gente pega e liga a TV a cabo, que tem sempre alguma coisa boa pra
ver.” (Sérgio Cleto Jr.)
“Tem um monte de esportes que eu adoro,
principalmente futebol e tênis.” (Diego Derenzo)
Sobre as falas acima, pode-se afirmar que:
A)são exemplos do padrão culto da língua.
B)representam o uso da linguagem vulgar, pois
refletem a pouca cultura de quem emitiu as mensagens.
C)são construções típicas do português falado,
ou seja, da linguagem coloquial.
D)ferem claramente as normas gramaticais, não
desempenhando seu papel comunicativo.
E)representam um tipo de linguagem comum em
textos literários e poéticos.
6) “A
gíria desceu o morro e já ganhou rótulo de linguagem urbana. A gíria é hoje o
segundo idioma do brasileiro. Todas as classes sociais a utilizam.” (Karme Rodrigues)
Assinale a alternativa em que não se emprega o
fenômeno linguístico tratado no texto.
A)Aladarque Cândido dos Santos, enfermeiro,
apresentou-se como voluntário para a missão de paz. Não tinha nada a ver com o
pato e morreu em terra estrangeira envergando o uniforme brasileiro.
B)Uma vez um passageiro me viu na cabine, não se
conteve e disse: “Como você se parece com a Carolina Ferraz!”
C)Chega de nhenhenhém e blablablá, vamos
trabalhar.
D)Há muitos projetos econômicos visando às
classes menos favorecidas, mas no final quem dança é o pobre.
E)Cara, se, tipo assim, seu filho escrever como
fala, ele tá ferrado.
7) Assinale a alternativa em que não se verifica
o uso de linguagem coloquial:
A)“— Que há?
— Abra a porta pra mim
entrar.” (Mário de Andrade)
B)“Não quero mais o amor, / Nem mais quero
cantar a minha terra. / Me perco neste mundo.”(Augusto Frederico Schmidt)
C)"Quando oiei a terra ardendo / Quá
foguera de São João” (Luiz Gonzaga)
D)“— Qué apanhá sordado? / — O quê? / — Qué
apanhá? / Pernas e braços na calçada.”
(Oswald de Andrade)
E)“Dê-me um cigarro / Diz a gramática / Do
professor e do aluno / E do mulato sabido” (Oswald de Andrade)
8) Há exemplo de registro coloquial no seguinte
trecho:
A)O verdadeiro autor da peça foi o escritor de
discursos presidenciais H. Daryl.
B)Cem mil pessoas morreram quase
instantaneamente.
C)A Segunda Guerra acabou, começava a guerra
fria.
D)Aconselhado por Jimmy Byrnes (secretário de
Estado), o presidente queria mostrar aos soviéticos que não apenas tinha a
bomba, mas tinha peito para usá-la.
E)A bordo do navio Augusta, no retorno para os
EUA depois de participar da cúpula aliada em Postdam (Alemanha), Truman
autorizou o bombardeio.
9) Assinale a única alternativa em que não
ocorre o emprego de expressões coloquiais.
A)“Nós, enquanto isso, continuaríamos condenados
a dar duro oito horas por dia...”
B)“...após seis meses, todo aposentado sobe
pelas paredes e implora para voltar a trabalhar.”
C)“Os americanos, ano após ano, trabalham seis
horas a mais em relação ao ano anterior.”
D)A gente achava tudo um horror.
E)Me informaram que o pessoal conseguiu se
arranjar.
10) Gerente – Boa tarde. Em que eu posso
ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento
para compra de veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de
crédito. O senhor é nosso cliente?
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou
funcionário do banco.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a
Helena! Cê tá em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de
Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
(BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua
materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).
Na representação escrita da conversa telefônica
entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de falar da
gerente foi alterada de repente devido
A) à adequação de sua fala à conversa com um
amigo, caracterizada pela informalidade.
B) à iniciativa do cliente em se apresentar como
funcionário do banco.
C) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia
(Minas Gerais).
D) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer
seu nome completo.
E) ao seu interesse profissional em financiar o
veículo de Júlio.
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